21/02/11

Era impressionante como tudo tinha passado tão rápido. A traição do Patrick, os sonhos, as minhas amigas, TUDO! Queria que o tempo abrandasse, congelasse e fica-se preso no frigorífico até eu dar ordens para este sair. Mas as coisas não correm como eu quero.
Hoje, o meu sonho foi diferente. Foi um sonho, mas foi tão real. Acordei na mesma no grande prado e Moon esperava-me.

--Pronta?- ela perguntou.

--Pronta? Hãn? Para quê?

--Não me digas que te esqueceste! -  Brincou ela.

Fez "clique". Parecia que o mundo ia desabar e que não poderia salvar as pessoas que amava. Fique boquiaberta com a minha surpresa, quando soube o programa para esta noite. Nada de segui rastos, descobrir dons, ou fazer telepatia mental.
Não. Hoje ia ser diferente. Hoje ia visitar Luz e Escuridão.
O meu estômago começou a andar à roda quando pensei em tal coisa. Acho que fiquei tonta e as borboletas no estômago aumentaram de tamanho revelando-se pássaros.

--Respira, Chelsie. Vai tudo correr bem. -  ela disse isto com uma voz tão tranquilizadora que não pude, durante 2 minutos, sentir-me novamente ansiosa.
Subitamente, ela agarrou-me na mão e conduziu-me para o meio da floresta. Andamos cerca de 1 km e meio. Onde não conseguia ver a Lua nem o céu, devido à extensa vegetação que se encontrava por cima das nossas cabeças.
Cheirava a flores, a dálias e a orquídeas. Percorri com os meus olhos a floresta mas não as vi. Também não existia sinais de vida, relativamente a animais porque as árvores eram maravilhosas. Todas com as copas diferentes. Senti-me tentada a passar a mão, pelo menos sobre uma delas, mas Moon estava com passo apressado. As folhas eram lindas. Só as diferentes tonalidades que podiam existir numa árvore eram enormes: verde musgo, verde-esmeralda, verde vivo, verde-claro, e verde-escuro.
Parámos. Os meus olhos ainda observavam a beleza da floresta que tínhamos acabado de atravessar. O aglomerado de arbustos e fetos que por ali andavam circundando-nos era impressionante.
De início, não tive coragem de olhar para a frente. Mas a companhia de Moon fazia-me sentir tão relaxada que confiei nela.
Olhei, não dando conta que à medida que captei o que estava à minha frente a minha boca se abria.
Um portão, majestoso erguia-se à nossa frente. Tal como aqueles grandes portões das casas dos reis, este era enorme.  Cheguei-me mais a ele para o puder observar melhor. Era decorado com espirais que formavam a própria estrutura. Era talhado em dourado. Os pormenores que cada espiral tinha: cada tracinho era medido para que todos fossem iguais, cada linha. No mínimo o grande portão era constituído por 6 metros. Máximo não tinha. Havia algo de diferente nele. Eu sentia-o. Quando olhei para cima tudo se confirmou. As palavras "Luz e Escuridão" estavam escritas um pouco mais acima do portão indicando o nome da minha futura casa. Não era apenas um nome esculpido em pedra e mais tarde pintado com dourado por cima. Não, era mais que isso. O nome era a sua própria estrutura assim como o portão. Mas este não estava suspenso nem agarrado a nenhum sítio. Voava. Inacreditável. Tinha umas asas pequenas e desengonçadas que transportavam o peso no nome para que este não caísse a chão.
Enquanto a minha demorada e prolongada observação do incrível objecto que se encontrava diante de mim, Moon disse umas palavras que não percebi, e depois o portão abriu-se.
Tive medo, e a agonia regressou ao meu corpo, mas desta vez Moon não deu conta e não me acalmou. Caminhámos alguns passos dirigindo-nos para algum sítio, deixando o portão atrás das costas.
De início, nada vi. Um pequeno nevoeiro impediu que os meus olhos captassem alguma coisa. Porém, à medida que avançávamos este tornava-se menos denso, chegando a desaparecer.
Fiquei novamente estupefacta.
Estava à espera de encontrar tudo, menos aquilo.
Era uma cidade normal, se olhássemos apenas por olhar. Tinha lojas, ruas, passadeiras, rotundas, casas, prédios. Ao fundo consegui visualizar um grande edifício que mal li a placa que indicava o nome soube que era a escola. A minha futura escola. Voltei a olhar para as estradas e percebi que nem tudo naquele local era normal. Não havia sinais de carros.
Vi motas, bicicletas, pessoas a andarem a pé, mas nada de carros.

--Não existem carros aqui? - questionei a Moon.

--Não. Os transportes de comunicação são uma das formas que nos permite saber de que "espécie" és. As fadas, andam com as suas próprias asas, os magos com vassouras mágicas que se deslocam sozinhas, assim como nos livros da terra; os humanos que mais tarde serão Deuses andam de bicicleta ou de mota. Todos podem andar a pé.

--E as musas?

--Essas podem escolher o veículo que quiserem. mas para terem a moto têm que tirar a carta de condução.
Não gostava de nenhuma das ideias. Se andasse de vassoura, caíra para o lado de certeza. Mota não podia, porque ainda não tinha carta. Também não tinha asas. Vasculhei no íntimo da minha mente à procura de alguma coisa que me pudesse dar jeito.

--Podemos andar a cavalo pela cidade?

--Nunca me ocorrera tal ideia - confessou Moon - estás livre de escolheres o que quiseres. Podes, se assim desejares.

--Fixe!

--Os cavalos vendem-se depois da escola, mais atrás. Mais tarde passamos lá para escolheres o teu. Agora, vamos visitar escola. Melhor deixarei ao teu critério: preferes visitar a escola primeiro ou a tua casa?

--A casa, respondi rapidamente.

Já bastava saber que daqui em diante iria ser a "novidade" deste mundo. E não me agradava nada a ideia.

Atravessámos as ruas, onde todos paravam como se eu fosse a Mona Lisa.
“Maravilhoso!” resmunguei para comigo.
Enquanto sabia que todos me miravam, nem que fosse um bocadinho, apreciava as montras das lojas pelas quais passávamos, fazendo uma lista mental das coisas que necessitava. Roupa nova, comida, e amigos. Dãaah! Isso não se compra! E ri-me da minha ideia,
Nunca fora boa a construir novas amizades. Não preciso de ter batalhões de amigos para ser feliz. Precisava apenas de 1, e que esse fosse verdadeiro.
--Oh não! – Moon exclamou.
--Que se passa?
--O teu pai vai mesmo agora acordar-te. Lamento mas hoje não dá para veres o teu futuro lar. Prometo, amanhã, nem precisas de estar a dormir. Basta chamares-me e eu trarei-te cá.
Acenei com a cabeça. “Que raios!” Logo agora que ia conhecer a minha futura casa o meu pai tinha que me vir acordar.
Senti qualquer coisa a abanar-me o ombro.
--Acorda. – dizia ele.
Não queria acordar. Estava bem ali, em Luz e Escuridão, preparada para conhecer a minha casa quando o meu pai me veio acordar.
--Raios! É que é sempre amanhã! - Barafustei.
--Sempre amanhã o quê? - perguntou o meu pai confuso.
--Nada esquece. Vou-me vestir e já desço para te fazer companhia no pequeno-almoço.
Mal o disse, dei um salto da cama. Recordei do que Moon me tinha dito, e olhei para o meu pulso, onde se encontrava a minha tatoo.
Por mim passaria o dia todo a sonhar acordada, estando apenas o meu corpo presente. Infelizmente, não poderia dar-me a esse luxo na aula de E.V, onde o meu objectivo era puxar  pela minha criatividade para criar diferentes formas geométricas a meio de criar um padrão.
Suspirei. Guardaria a minha visita para a aula de Matemática. Com este pensamento, surgiu um sorriso traquina no meu rosto.
Olá amiguinhas da ginástica que estão a ler o meu blog... Antes de mais obrigada. Agora é assim têm que descer tudo para baixo e clicar em mais antigas até não dar mais ! <3

Brigada carol

11/02/11

Estavamos na aula de matemática mas a minha cabeça estava nesta semana e no decorrer de tal.
Esta semana foi cansativa. Acho que esse é o termo certo para a descrever. Cansativa devido aos exames na escola, devido às chatices com os amigos, devido a não conseguir parar de me rir da cara do Patick no dia da vingança no jardim, e cansativo devido aos sonhos.
Sim, aos sonhos. Moon quer que eu amanha visite Luz e Escoridão para realmente peceber como as coisas funcionam. Mas só a ideia de ir lá, já me arrepia...
O entusiasmo da semana passado foi-se, não sei como nem porquê... Talvez por causa dos treinos mentais que me têm dado uma grande dor de cabeça.
Eles são muito cansativos e faço-os todas as noites sempre com Moon a insistir para voltar a fazer (ou tentar porque nunca consigo).
A coisa funciona da seguinte maneira: Moon mete-se à minha frente e ''envia-me'' uma espécie de radiação pela qual eu consigo ouvir a voz dela (ou os pensamentos) na minha cabeça, e depois ela exige que eu fça o mesmo.
Quando estamos a menso de 50 cm de distância é fácil, mas a cada dia, ela tem-se afastado mais e está quase a três metros de mim! Assim é obvio que não consigo, exige demasiado esforço e treino da minha parte.
Primeiro tenho que me focar nela e concentrar toda a miha atenção nos seus olhos. DEpois tenho que pensar com muita, muita força em alguma coisa. Ela diz que tenho de ser forte e de transmitir essa força da minha cabeça para a dela.
Tento de tudo! Cerrar os dentes, apertar os punhos com força e olhar para ela com um olhar mortífero mas nada funciona. E a dor de cabeça devido ao exagero de radiação que ela faz a mim nunca mais passa e a cada noite vai ser pior e torna-se mais forte, de maneira que, nem me tenho sentido bem ao ir para os testes...
E a minha situação neste mundo não está a ajudar nada! A Lilly arranjou namorado e agora parece que nem eu nem a Jenny existimos, e a Kate está com problemas com os pais!
PROBLEMAS?! Mata-te! Eu é que estou prestes a mudar-me para 7um sítio que nunca vi, vou ter governar aquela cena quando chegar aos 18 anos e vou ter de deixar todas as pessoas que mais amo para trás. E a Kate ainda tem problemas!
Estou tão enervada!
--Chelsie, preste atenção à aula e deixe de pensar nos namorados.-reprendeu-me a ''stora'' de Matemática.
--Xiiiiii!- disse a turma em coro.

''Caso nnão saiba stora o meu ex está ali atrás e é um atrasado que adora gozar com a cara das pessoas por,isso é que me traiu de modo que estou temporariamente ou para sempre de relações cortadas com rapazes.'' pensei isto com medo de o transformar numa fala.

--Sim, stora.

''Um dia vou ser grande e poder escolhar quem morre e quem vive no meu mundo'' disse uma vozinha demasiado egocêntrica dentro de mim.

03/02/11

Olá pessoal, desculpem mas hoje não tenho tempo para escrever... Queria-vos pedir para comentarem as minha postagens pois as vossas opiniões são muito importantes para mim, e mesmo assim será que podem tornar-se seguidores?

Acho que não é muito visto que devem gostar do que escrevo...

Beijinhos Carol

p.s- passem a palavra e sábado ou amanhã a chelsie vai visitar Luz e Escoridão ;)

02/02/11

Acordei pouco depois de estar entregue a mim mesma, no meu sono, sem Moon a fazer perguntas, sem dragões a desejarem que eu fosse o jantar deles, sem rapazes a dizer que estão apaixonados por mim, ou dessas coisas que todas as meninas normais de 14 aos sonham. Mas eu, infelismente já não sou normal, sou uma musa e daqui a pouco (não sei quanto) vou viver para um outro sítio que me é completamente desconhecido.
Eram cerca de 8 horas, e a esta hora, como é meu dever, convêm que esteja dentro da porta do carro do meu pai, ou chego atrasada à escola.

--Vamos?- pergunta o meu paizinho.

--Sim. - respondi.

No meio da viagem, tentei recordar-me quantas vezes fazia aquele percurso. Já o fazia à bastante tempo e só agora, é que me apercebi o quanto vou ter falta deste mundo.
Vou ter falta de ouvir o despertador tocas às 7 e meia, de dormir na minha cama, de comer cereais na companhia da minha irmã, de falar sobre as noticías com o meu pai, de passer pelas ruas de Londres, se falar com a Kate, de mandar sms muito depois da meia noite, de ver a minha querida avó.

Uma lágrima escorreu. Eu não os podia abandonar! Eles precisam de mim! Eu precisava deles. Talvez os pudesse ver, mas não ia ser como agora.
Como irira viver sem a miha família? Sem osmeus amigos? Sem o meu computador? Sem os meus pelúches? Iria vê-los morrer, sem nunca poder fazer nada?

Não, não! Não queria! Sei que nunca lhes dei o devido valor, mas isto é pior que qualquer tortura.
Tinha que falar com Moon. Á noite, só aí, ia saber de quanto em quanto tempo os poderia vir visitar, o que poderia fazer, comer, ouvir sentir.

--Estás bem, filha? - perguntou o meu pai, preocupado.

--Sim, estou.- respondi limpando as lágrimas.

--Chegámos.

--Ok, beijinhos pai.

--Porta-te bem.

Saí do carro, e foi para o pátio. Absorvi tudo. A calçada de granito branco, os rapazes a jogarem à bola antes de dar o toque de entrada, outros casais a comerem-se, o relógio a mostrar que os segundos passavam, mesmo que eu não quissesse, e reparei em duas figuras que vinham a meu encontro.

--Chel! - gritou Isa, dando-me um beijinho.

--Olá Isa! Olá Anna!- comprimentei as minhas duas maiores amigas.

Nunca tive uma melhor amiga. Nunca. Elas desiludem-nos. Nem todas é verdade. Mas já com as maiores, quando eu andava com o Patrick sentia aquele clima de ''é melhores teres cuidado, porquemal lhe vires as costas eu apanho-o.''.
E fio isso que aconteceu, quando souberam o que o Patrick me tinha feito, trataram logo de namorar com ele.
Mas é assim, não se arranja melhor.
Pensando bem, até da escola eu ia ter falta: dos professores aos berros, do cheiro a desinfectante da enfermaria, do cheiro a comida do refeitório, das casas de banho, por vezes sem papel higiénico, dos grandes corredores, do recreio, do pátio, da minha DT que é uma bacana, do arroz de lulas que toda a malta odeia...
De tudo isto, e claro da minha turma. Da minha turma constítuida por 27 elementos. Andava com eles desde os meus três anos, e acho que os conheço melhor que a mim mesma.

Não queria sair daqui, isto era tãaaaaaaaaaaao bom!

Agora queixo-me, mas quando descobrir como se vive em Luz e Escoridão, não vou querer outra coisa... Já me mentalisei, e é isso mesmo que vai acontecer, basta eu conseguir chegar lá.