02/02/11

Acordei pouco depois de estar entregue a mim mesma, no meu sono, sem Moon a fazer perguntas, sem dragões a desejarem que eu fosse o jantar deles, sem rapazes a dizer que estão apaixonados por mim, ou dessas coisas que todas as meninas normais de 14 aos sonham. Mas eu, infelismente já não sou normal, sou uma musa e daqui a pouco (não sei quanto) vou viver para um outro sítio que me é completamente desconhecido.
Eram cerca de 8 horas, e a esta hora, como é meu dever, convêm que esteja dentro da porta do carro do meu pai, ou chego atrasada à escola.

--Vamos?- pergunta o meu paizinho.

--Sim. - respondi.

No meio da viagem, tentei recordar-me quantas vezes fazia aquele percurso. Já o fazia à bastante tempo e só agora, é que me apercebi o quanto vou ter falta deste mundo.
Vou ter falta de ouvir o despertador tocas às 7 e meia, de dormir na minha cama, de comer cereais na companhia da minha irmã, de falar sobre as noticías com o meu pai, de passer pelas ruas de Londres, se falar com a Kate, de mandar sms muito depois da meia noite, de ver a minha querida avó.

Uma lágrima escorreu. Eu não os podia abandonar! Eles precisam de mim! Eu precisava deles. Talvez os pudesse ver, mas não ia ser como agora.
Como irira viver sem a miha família? Sem osmeus amigos? Sem o meu computador? Sem os meus pelúches? Iria vê-los morrer, sem nunca poder fazer nada?

Não, não! Não queria! Sei que nunca lhes dei o devido valor, mas isto é pior que qualquer tortura.
Tinha que falar com Moon. Á noite, só aí, ia saber de quanto em quanto tempo os poderia vir visitar, o que poderia fazer, comer, ouvir sentir.

--Estás bem, filha? - perguntou o meu pai, preocupado.

--Sim, estou.- respondi limpando as lágrimas.

--Chegámos.

--Ok, beijinhos pai.

--Porta-te bem.

Saí do carro, e foi para o pátio. Absorvi tudo. A calçada de granito branco, os rapazes a jogarem à bola antes de dar o toque de entrada, outros casais a comerem-se, o relógio a mostrar que os segundos passavam, mesmo que eu não quissesse, e reparei em duas figuras que vinham a meu encontro.

--Chel! - gritou Isa, dando-me um beijinho.

--Olá Isa! Olá Anna!- comprimentei as minhas duas maiores amigas.

Nunca tive uma melhor amiga. Nunca. Elas desiludem-nos. Nem todas é verdade. Mas já com as maiores, quando eu andava com o Patrick sentia aquele clima de ''é melhores teres cuidado, porquemal lhe vires as costas eu apanho-o.''.
E fio isso que aconteceu, quando souberam o que o Patrick me tinha feito, trataram logo de namorar com ele.
Mas é assim, não se arranja melhor.
Pensando bem, até da escola eu ia ter falta: dos professores aos berros, do cheiro a desinfectante da enfermaria, do cheiro a comida do refeitório, das casas de banho, por vezes sem papel higiénico, dos grandes corredores, do recreio, do pátio, da minha DT que é uma bacana, do arroz de lulas que toda a malta odeia...
De tudo isto, e claro da minha turma. Da minha turma constítuida por 27 elementos. Andava com eles desde os meus três anos, e acho que os conheço melhor que a mim mesma.

Não queria sair daqui, isto era tãaaaaaaaaaaao bom!

Agora queixo-me, mas quando descobrir como se vive em Luz e Escoridão, não vou querer outra coisa... Já me mentalisei, e é isso mesmo que vai acontecer, basta eu conseguir chegar lá.

1 comentário:

  1. Lindo, simplesmente amei :DD Tens muito jeito para estas histórias (: É a !ª vez que leio uma história, assim diferente e linda como a tua, estou a adorar mesmo e até já sugeri à minha melhor amiga (: Não páres de escrever, tens um enorme talento <3
    Continua assim (:

    ResponderEliminar