Agradecia que compreendessem a confusão porque como vou editar as postagens, durante, no máximo 2 semanas, vão andar deslocadas.
Obrigada pela vossa compreensão,
Carol
Lost Soul
Chel's, uma míuda de 14 anos completamente normal, acorda num dia, com a sua vida virada do avesso. Vai com Moon para Luz e Escoridão, mas percebe que nem tudo naquele lugar mágico é bonito.
29/04/11
05/03/11
Saí de casa,já atrasada para a escola... Vestia uma camisolda de gola alta cinzenta, com a minha nova camiza azul desabotoada e as minhas calças de ganga preferidas.
Era a minha mãe que me levava à escola hoje. Estava doidinha para me poder encontrar com Anna, pois estas tinha novis para me contar.
--Beijinhos filha e porta-te bem.
--Sempre,mãe está descançada.
"Quase sempre, melhor dizendo".
Passei o cartão e entrei no pátio. Anna estava à minha espera.
--Chels! Chels!- gritou.
--Heey Anna então o que se passa?
--Nem sabes! O Henry convidou-me para sair à noite com ele no sábado!
--Uauu, isso é bestial! Que bom!
--Pois, só que eu quero-te pedir um favor...
--Estás à vontade.
--Será que me podias emprestar aqueles teus brincos buéda lindos azuis em forma de flores?
--Os azuis turqueza?
--Ya, esses mesmo.
--Sim na boa. Já agora o que levas vestido?
--Vou com aquela camisa de manga cavada aos folhinhos, as calças de ganga bué justas, e as sandálias azuis turquesa, que comprei na quarta.
--Leva também aquele teu colar, o azul turquesa.
--Haa, ainda bem que me lembras-te! Não sei o que faria sem ti!
"É melhor começares a abituar-te, já não ficarei aqui por muito mais tempo. " Pensei.
A alegria de Anna era contagiosa, e até tocar ficámos a falar do encontro dela com o Henry, se o local era bom, como ela deveria agir, e blá blá blá...
Tocou, o que para mim eraa um bom sinal. A minha visita à minha nova casa estava reservada para esta aula, e não pude evitar um sorriso ténue.
Mal me sentei, chamei logo por Moon.
Era a minha mãe que me levava à escola hoje. Estava doidinha para me poder encontrar com Anna, pois estas tinha novis para me contar.
--Beijinhos filha e porta-te bem.
--Sempre,mãe está descançada.
"Quase sempre, melhor dizendo".
Passei o cartão e entrei no pátio. Anna estava à minha espera.
--Chels! Chels!- gritou.
--Heey Anna então o que se passa?
--Nem sabes! O Henry convidou-me para sair à noite com ele no sábado!
--Uauu, isso é bestial! Que bom!
--Pois, só que eu quero-te pedir um favor...
--Estás à vontade.
--Será que me podias emprestar aqueles teus brincos buéda lindos azuis em forma de flores?
--Os azuis turqueza?
--Ya, esses mesmo.
--Sim na boa. Já agora o que levas vestido?
--Vou com aquela camisa de manga cavada aos folhinhos, as calças de ganga bué justas, e as sandálias azuis turquesa, que comprei na quarta.
--Leva também aquele teu colar, o azul turquesa.
--Haa, ainda bem que me lembras-te! Não sei o que faria sem ti!
"É melhor começares a abituar-te, já não ficarei aqui por muito mais tempo. " Pensei.
A alegria de Anna era contagiosa, e até tocar ficámos a falar do encontro dela com o Henry, se o local era bom, como ela deveria agir, e blá blá blá...
Tocou, o que para mim eraa um bom sinal. A minha visita à minha nova casa estava reservada para esta aula, e não pude evitar um sorriso ténue.
Mal me sentei, chamei logo por Moon.
21/02/11
Era impressionante como tudo tinha passado tão rápido. A traição do Patrick, os sonhos, as minhas amigas, TUDO! Queria que o tempo abrandasse, congelasse e fica-se preso no frigorífico até eu dar ordens para este sair. Mas as coisas não correm como eu quero.
Hoje, o meu sonho foi diferente. Foi um sonho, mas foi tão real. Acordei na mesma no grande prado e Moon esperava-me.
--Pronta?- ela perguntou.
--Pronta? Hãn? Para quê?
--Não me digas que te esqueceste! - Brincou ela.
Fez "clique". Parecia que o mundo ia desabar e que não poderia salvar as pessoas que amava. Fique boquiaberta com a minha surpresa, quando soube o programa para esta noite. Nada de segui rastos, descobrir dons, ou fazer telepatia mental.
Não. Hoje ia ser diferente. Hoje ia visitar Luz e Escuridão.
O meu estômago começou a andar à roda quando pensei em tal coisa. Acho que fiquei tonta e as borboletas no estômago aumentaram de tamanho revelando-se pássaros.
--Respira, Chelsie. Vai tudo correr bem. - ela disse isto com uma voz tão tranquilizadora que não pude, durante 2 minutos, sentir-me novamente ansiosa.
Subitamente, ela agarrou-me na mão e conduziu-me para o meio da floresta. Andamos cerca de 1 km e meio. Onde não conseguia ver a Lua nem o céu, devido à extensa vegetação que se encontrava por cima das nossas cabeças.
Cheirava a flores, a dálias e a orquídeas. Percorri com os meus olhos a floresta mas não as vi. Também não existia sinais de vida, relativamente a animais porque as árvores eram maravilhosas. Todas com as copas diferentes. Senti-me tentada a passar a mão, pelo menos sobre uma delas, mas Moon estava com passo apressado. As folhas eram lindas. Só as diferentes tonalidades que podiam existir numa árvore eram enormes: verde musgo, verde-esmeralda, verde vivo, verde-claro, e verde-escuro.
Parámos. Os meus olhos ainda observavam a beleza da floresta que tínhamos acabado de atravessar. O aglomerado de arbustos e fetos que por ali andavam circundando-nos era impressionante.
De início, não tive coragem de olhar para a frente. Mas a companhia de Moon fazia-me sentir tão relaxada que confiei nela.
Olhei, não dando conta que à medida que captei o que estava à minha frente a minha boca se abria.
Um portão, majestoso erguia-se à nossa frente. Tal como aqueles grandes portões das casas dos reis, este era enorme. Cheguei-me mais a ele para o puder observar melhor. Era decorado com espirais que formavam a própria estrutura. Era talhado em dourado. Os pormenores que cada espiral tinha: cada tracinho era medido para que todos fossem iguais, cada linha. No mínimo o grande portão era constituído por 6 metros. Máximo não tinha. Havia algo de diferente nele. Eu sentia-o. Quando olhei para cima tudo se confirmou. As palavras "Luz e Escuridão" estavam escritas um pouco mais acima do portão indicando o nome da minha futura casa. Não era apenas um nome esculpido em pedra e mais tarde pintado com dourado por cima. Não, era mais que isso. O nome era a sua própria estrutura assim como o portão. Mas este não estava suspenso nem agarrado a nenhum sítio. Voava. Inacreditável. Tinha umas asas pequenas e desengonçadas que transportavam o peso no nome para que este não caísse a chão.
Enquanto a minha demorada e prolongada observação do incrível objecto que se encontrava diante de mim, Moon disse umas palavras que não percebi, e depois o portão abriu-se.
Tive medo, e a agonia regressou ao meu corpo, mas desta vez Moon não deu conta e não me acalmou. Caminhámos alguns passos dirigindo-nos para algum sítio, deixando o portão atrás das costas.
De início, nada vi. Um pequeno nevoeiro impediu que os meus olhos captassem alguma coisa. Porém, à medida que avançávamos este tornava-se menos denso, chegando a desaparecer.
Fiquei novamente estupefacta.
Estava à espera de encontrar tudo, menos aquilo.
Era uma cidade normal, se olhássemos apenas por olhar. Tinha lojas, ruas, passadeiras, rotundas, casas, prédios. Ao fundo consegui visualizar um grande edifício que mal li a placa que indicava o nome soube que era a escola. A minha futura escola. Voltei a olhar para as estradas e percebi que nem tudo naquele local era normal. Não havia sinais de carros.
Vi motas, bicicletas, pessoas a andarem a pé, mas nada de carros.--Não existem carros aqui? - questionei a Moon.
--Não. Os transportes de comunicação são uma das formas que nos permite saber de que "espécie" és. As fadas, andam com as suas próprias asas, os magos com vassouras mágicas que se deslocam sozinhas, assim como nos livros da terra; os humanos que mais tarde serão Deuses andam de bicicleta ou de mota. Todos podem andar a pé.
--E as musas?
--Essas podem escolher o veículo que quiserem. mas para terem a moto têm que tirar a carta de condução.
Não gostava de nenhuma das ideias. Se andasse de vassoura, caíra para o lado de certeza. Mota não podia, porque ainda não tinha carta. Também não tinha asas. Vasculhei no íntimo da minha mente à procura de alguma coisa que me pudesse dar jeito.
--Podemos andar a cavalo pela cidade?
--Nunca me ocorrera tal ideia - confessou Moon - estás livre de escolheres o que quiseres. Podes, se assim desejares.
--Fixe!
--Os cavalos vendem-se depois da escola, mais atrás. Mais tarde passamos lá para escolheres o teu. Agora, vamos visitar escola. Melhor deixarei ao teu critério: preferes visitar a escola primeiro ou a tua casa?
--A casa, respondi rapidamente.
Já bastava saber que daqui em diante iria ser a "novidade" deste mundo. E não me agradava nada a ideia.
Atravessámos as ruas, onde todos paravam como se eu fosse a Mona Lisa.
“Maravilhoso!” resmunguei para comigo.
Enquanto sabia que todos me miravam, nem que fosse um bocadinho, apreciava as montras das lojas pelas quais passávamos, fazendo uma lista mental das coisas que necessitava. Roupa nova, comida, e amigos. Dãaah! Isso não se compra! E ri-me da minha ideia,
Nunca fora boa a construir novas amizades. Não preciso de ter batalhões de amigos para ser feliz. Precisava apenas de 1, e que esse fosse verdadeiro.
--Oh não! – Moon exclamou.
--Que se passa?
--O teu pai vai mesmo agora acordar-te. Lamento mas hoje não dá para veres o teu futuro lar. Prometo, amanhã, nem precisas de estar a dormir. Basta chamares-me e eu trarei-te cá.
Acenei com a cabeça. “Que raios!” Logo agora que ia conhecer a minha futura casa o meu pai tinha que me vir acordar.
Senti qualquer coisa a abanar-me o ombro.
--Acorda. – dizia ele.
Não queria acordar. Estava bem ali, em Luz e Escuridão, preparada para conhecer a minha casa quando o meu pai me veio acordar.
--Raios! É que é sempre amanhã! - Barafustei.
--Sempre amanhã o quê? - perguntou o meu pai confuso.
--Nada esquece. Vou-me vestir e já desço para te fazer companhia no pequeno-almoço.
Mal o disse, dei um salto da cama. Recordei do que Moon me tinha dito, e olhei para o meu pulso, onde se encontrava a minha tatoo.
Por mim passaria o dia todo a sonhar acordada, estando apenas o meu corpo presente. Infelizmente, não poderia dar-me a esse luxo na aula de E.V, onde o meu objectivo era puxar pela minha criatividade para criar diferentes formas geométricas a meio de criar um padrão.
Suspirei. Guardaria a minha visita para a aula de Matemática. Com este pensamento, surgiu um sorriso traquina no meu rosto.
11/02/11
Estavamos na aula de matemática mas a minha cabeça estava nesta semana e no decorrer de tal.
Esta semana foi cansativa. Acho que esse é o termo certo para a descrever. Cansativa devido aos exames na escola, devido às chatices com os amigos, devido a não conseguir parar de me rir da cara do Patick no dia da vingança no jardim, e cansativo devido aos sonhos.
Sim, aos sonhos. Moon quer que eu amanha visite Luz e Escoridão para realmente peceber como as coisas funcionam. Mas só a ideia de ir lá, já me arrepia...
O entusiasmo da semana passado foi-se, não sei como nem porquê... Talvez por causa dos treinos mentais que me têm dado uma grande dor de cabeça.
Eles são muito cansativos e faço-os todas as noites sempre com Moon a insistir para voltar a fazer (ou tentar porque nunca consigo).
A coisa funciona da seguinte maneira: Moon mete-se à minha frente e ''envia-me'' uma espécie de radiação pela qual eu consigo ouvir a voz dela (ou os pensamentos) na minha cabeça, e depois ela exige que eu fça o mesmo.
Quando estamos a menso de 50 cm de distância é fácil, mas a cada dia, ela tem-se afastado mais e está quase a três metros de mim! Assim é obvio que não consigo, exige demasiado esforço e treino da minha parte.
Primeiro tenho que me focar nela e concentrar toda a miha atenção nos seus olhos. DEpois tenho que pensar com muita, muita força em alguma coisa. Ela diz que tenho de ser forte e de transmitir essa força da minha cabeça para a dela.
Tento de tudo! Cerrar os dentes, apertar os punhos com força e olhar para ela com um olhar mortífero mas nada funciona. E a dor de cabeça devido ao exagero de radiação que ela faz a mim nunca mais passa e a cada noite vai ser pior e torna-se mais forte, de maneira que, nem me tenho sentido bem ao ir para os testes...
E a minha situação neste mundo não está a ajudar nada! A Lilly arranjou namorado e agora parece que nem eu nem a Jenny existimos, e a Kate está com problemas com os pais!
PROBLEMAS?! Mata-te! Eu é que estou prestes a mudar-me para 7um sítio que nunca vi, vou ter governar aquela cena quando chegar aos 18 anos e vou ter de deixar todas as pessoas que mais amo para trás. E a Kate ainda tem problemas!
Estou tão enervada!
--Chelsie, preste atenção à aula e deixe de pensar nos namorados.-reprendeu-me a ''stora'' de Matemática.
--Xiiiiii!- disse a turma em coro.
''Caso nnão saiba stora o meu ex está ali atrás e é um atrasado que adora gozar com a cara das pessoas por,isso é que me traiu de modo que estou temporariamente ou para sempre de relações cortadas com rapazes.'' pensei isto com medo de o transformar numa fala.
--Sim, stora.
''Um dia vou ser grande e poder escolhar quem morre e quem vive no meu mundo'' disse uma vozinha demasiado egocêntrica dentro de mim.
Esta semana foi cansativa. Acho que esse é o termo certo para a descrever. Cansativa devido aos exames na escola, devido às chatices com os amigos, devido a não conseguir parar de me rir da cara do Patick no dia da vingança no jardim, e cansativo devido aos sonhos.
Sim, aos sonhos. Moon quer que eu amanha visite Luz e Escoridão para realmente peceber como as coisas funcionam. Mas só a ideia de ir lá, já me arrepia...
O entusiasmo da semana passado foi-se, não sei como nem porquê... Talvez por causa dos treinos mentais que me têm dado uma grande dor de cabeça.
Eles são muito cansativos e faço-os todas as noites sempre com Moon a insistir para voltar a fazer (ou tentar porque nunca consigo).
A coisa funciona da seguinte maneira: Moon mete-se à minha frente e ''envia-me'' uma espécie de radiação pela qual eu consigo ouvir a voz dela (ou os pensamentos) na minha cabeça, e depois ela exige que eu fça o mesmo.
Quando estamos a menso de 50 cm de distância é fácil, mas a cada dia, ela tem-se afastado mais e está quase a três metros de mim! Assim é obvio que não consigo, exige demasiado esforço e treino da minha parte.
Primeiro tenho que me focar nela e concentrar toda a miha atenção nos seus olhos. DEpois tenho que pensar com muita, muita força em alguma coisa. Ela diz que tenho de ser forte e de transmitir essa força da minha cabeça para a dela.
Tento de tudo! Cerrar os dentes, apertar os punhos com força e olhar para ela com um olhar mortífero mas nada funciona. E a dor de cabeça devido ao exagero de radiação que ela faz a mim nunca mais passa e a cada noite vai ser pior e torna-se mais forte, de maneira que, nem me tenho sentido bem ao ir para os testes...
E a minha situação neste mundo não está a ajudar nada! A Lilly arranjou namorado e agora parece que nem eu nem a Jenny existimos, e a Kate está com problemas com os pais!
PROBLEMAS?! Mata-te! Eu é que estou prestes a mudar-me para 7um sítio que nunca vi, vou ter governar aquela cena quando chegar aos 18 anos e vou ter de deixar todas as pessoas que mais amo para trás. E a Kate ainda tem problemas!
Estou tão enervada!
--Chelsie, preste atenção à aula e deixe de pensar nos namorados.-reprendeu-me a ''stora'' de Matemática.
--Xiiiiii!- disse a turma em coro.
''Caso nnão saiba stora o meu ex está ali atrás e é um atrasado que adora gozar com a cara das pessoas por,isso é que me traiu de modo que estou temporariamente ou para sempre de relações cortadas com rapazes.'' pensei isto com medo de o transformar numa fala.
--Sim, stora.
''Um dia vou ser grande e poder escolhar quem morre e quem vive no meu mundo'' disse uma vozinha demasiado egocêntrica dentro de mim.
03/02/11
Olá pessoal, desculpem mas hoje não tenho tempo para escrever... Queria-vos pedir para comentarem as minha postagens pois as vossas opiniões são muito importantes para mim, e mesmo assim será que podem tornar-se seguidores?
Acho que não é muito visto que devem gostar do que escrevo...
Beijinhos Carol
p.s- passem a palavra e sábado ou amanhã a chelsie vai visitar Luz e Escoridão ;)
Acho que não é muito visto que devem gostar do que escrevo...
Beijinhos Carol
p.s- passem a palavra e sábado ou amanhã a chelsie vai visitar Luz e Escoridão ;)
02/02/11
Acordei pouco depois de estar entregue a mim mesma, no meu sono, sem Moon a fazer perguntas, sem dragões a desejarem que eu fosse o jantar deles, sem rapazes a dizer que estão apaixonados por mim, ou dessas coisas que todas as meninas normais de 14 aos sonham. Mas eu, infelismente já não sou normal, sou uma musa e daqui a pouco (não sei quanto) vou viver para um outro sítio que me é completamente desconhecido.
Eram cerca de 8 horas, e a esta hora, como é meu dever, convêm que esteja dentro da porta do carro do meu pai, ou chego atrasada à escola.
--Vamos?- pergunta o meu paizinho.
--Sim. - respondi.
No meio da viagem, tentei recordar-me quantas vezes fazia aquele percurso. Já o fazia à bastante tempo e só agora, é que me apercebi o quanto vou ter falta deste mundo.
Vou ter falta de ouvir o despertador tocas às 7 e meia, de dormir na minha cama, de comer cereais na companhia da minha irmã, de falar sobre as noticías com o meu pai, de passer pelas ruas de Londres, se falar com a Kate, de mandar sms muito depois da meia noite, de ver a minha querida avó.
Uma lágrima escorreu. Eu não os podia abandonar! Eles precisam de mim! Eu precisava deles. Talvez os pudesse ver, mas não ia ser como agora.
Como irira viver sem a miha família? Sem osmeus amigos? Sem o meu computador? Sem os meus pelúches? Iria vê-los morrer, sem nunca poder fazer nada?
Não, não! Não queria! Sei que nunca lhes dei o devido valor, mas isto é pior que qualquer tortura.
Tinha que falar com Moon. Á noite, só aí, ia saber de quanto em quanto tempo os poderia vir visitar, o que poderia fazer, comer, ouvir sentir.
--Estás bem, filha? - perguntou o meu pai, preocupado.
--Sim, estou.- respondi limpando as lágrimas.
--Chegámos.
--Ok, beijinhos pai.
--Porta-te bem.
Saí do carro, e foi para o pátio. Absorvi tudo. A calçada de granito branco, os rapazes a jogarem à bola antes de dar o toque de entrada, outros casais a comerem-se, o relógio a mostrar que os segundos passavam, mesmo que eu não quissesse, e reparei em duas figuras que vinham a meu encontro.
--Chel! - gritou Isa, dando-me um beijinho.
--Olá Isa! Olá Anna!- comprimentei as minhas duas maiores amigas.
Nunca tive uma melhor amiga. Nunca. Elas desiludem-nos. Nem todas é verdade. Mas já com as maiores, quando eu andava com o Patrick sentia aquele clima de ''é melhores teres cuidado, porquemal lhe vires as costas eu apanho-o.''.
E fio isso que aconteceu, quando souberam o que o Patrick me tinha feito, trataram logo de namorar com ele.
Mas é assim, não se arranja melhor.
Pensando bem, até da escola eu ia ter falta: dos professores aos berros, do cheiro a desinfectante da enfermaria, do cheiro a comida do refeitório, das casas de banho, por vezes sem papel higiénico, dos grandes corredores, do recreio, do pátio, da minha DT que é uma bacana, do arroz de lulas que toda a malta odeia...
De tudo isto, e claro da minha turma. Da minha turma constítuida por 27 elementos. Andava com eles desde os meus três anos, e acho que os conheço melhor que a mim mesma.
Não queria sair daqui, isto era tãaaaaaaaaaaao bom!
Agora queixo-me, mas quando descobrir como se vive em Luz e Escoridão, não vou querer outra coisa... Já me mentalisei, e é isso mesmo que vai acontecer, basta eu conseguir chegar lá.
Eram cerca de 8 horas, e a esta hora, como é meu dever, convêm que esteja dentro da porta do carro do meu pai, ou chego atrasada à escola.
--Vamos?- pergunta o meu paizinho.
--Sim. - respondi.
No meio da viagem, tentei recordar-me quantas vezes fazia aquele percurso. Já o fazia à bastante tempo e só agora, é que me apercebi o quanto vou ter falta deste mundo.
Vou ter falta de ouvir o despertador tocas às 7 e meia, de dormir na minha cama, de comer cereais na companhia da minha irmã, de falar sobre as noticías com o meu pai, de passer pelas ruas de Londres, se falar com a Kate, de mandar sms muito depois da meia noite, de ver a minha querida avó.
Uma lágrima escorreu. Eu não os podia abandonar! Eles precisam de mim! Eu precisava deles. Talvez os pudesse ver, mas não ia ser como agora.
Como irira viver sem a miha família? Sem osmeus amigos? Sem o meu computador? Sem os meus pelúches? Iria vê-los morrer, sem nunca poder fazer nada?
Não, não! Não queria! Sei que nunca lhes dei o devido valor, mas isto é pior que qualquer tortura.
Tinha que falar com Moon. Á noite, só aí, ia saber de quanto em quanto tempo os poderia vir visitar, o que poderia fazer, comer, ouvir sentir.
--Estás bem, filha? - perguntou o meu pai, preocupado.
--Sim, estou.- respondi limpando as lágrimas.
--Chegámos.
--Ok, beijinhos pai.
--Porta-te bem.
Saí do carro, e foi para o pátio. Absorvi tudo. A calçada de granito branco, os rapazes a jogarem à bola antes de dar o toque de entrada, outros casais a comerem-se, o relógio a mostrar que os segundos passavam, mesmo que eu não quissesse, e reparei em duas figuras que vinham a meu encontro.
--Chel! - gritou Isa, dando-me um beijinho.
--Olá Isa! Olá Anna!- comprimentei as minhas duas maiores amigas.
Nunca tive uma melhor amiga. Nunca. Elas desiludem-nos. Nem todas é verdade. Mas já com as maiores, quando eu andava com o Patrick sentia aquele clima de ''é melhores teres cuidado, porquemal lhe vires as costas eu apanho-o.''.
E fio isso que aconteceu, quando souberam o que o Patrick me tinha feito, trataram logo de namorar com ele.
Mas é assim, não se arranja melhor.
Pensando bem, até da escola eu ia ter falta: dos professores aos berros, do cheiro a desinfectante da enfermaria, do cheiro a comida do refeitório, das casas de banho, por vezes sem papel higiénico, dos grandes corredores, do recreio, do pátio, da minha DT que é uma bacana, do arroz de lulas que toda a malta odeia...
De tudo isto, e claro da minha turma. Da minha turma constítuida por 27 elementos. Andava com eles desde os meus três anos, e acho que os conheço melhor que a mim mesma.
Não queria sair daqui, isto era tãaaaaaaaaaaao bom!
Agora queixo-me, mas quando descobrir como se vive em Luz e Escoridão, não vou querer outra coisa... Já me mentalisei, e é isso mesmo que vai acontecer, basta eu conseguir chegar lá.
31/01/11
--Outra vez.- Moon dizia.
Estava a começar a ficar um bocado aborrecida... Tinha que conseguir responder às perguntas todas bem, ou não entrava hoje em Luz e Escuridão.
--Quanto tempo vive uma musa?
--O tempo que quiser, é imortal.
--De quanto em quanto tempo temos que renovar os nossos cargos?
Pensei... Esta pergunta era díficil pois nunca tinhamo falado disso...
Estive à beira de dizer ''nã sei'' mas não cometi esse erro. Eu sabia a idade dela : cinco mil anos, e como sei que a idade das musas só se conta apartir de quando ''governam'' Luz e Escoridão, até acertie a pergunta.
-- Cinco mil anos, a não ser que esta seja morta por não ter ensinado bem o seu dícipulo.
--Quais os deveres das musas?
--Devem proteger a terra onde vivem, manter a sua existência em segredo para com os humanos, e cuidar das tanto dos humanos como das pessoas que também habitam ''Luz e Escuridão''.
--Qual o nome da única escola para musas em todo o universo?
Esta eu sabia, estava na ponta da língua! Mas não queria sair! Que raios!
--Magics School. Mal o disse, soube logo que era um nome fulero. Argg!
--Porque se chama assim?
--Porque não são só as musas que estudam lá. Os mágicos, deusas, deuses, fadas, e outras criaturas mágicas e místicas também estudam; como os vampiros e os lobisomens,e julgo que até humanos que são marcados como especiais.
--Muito bem, Chelsie White. Hoje acertas-te todas!
Acertei? Mesmo? Yupiiiiii! Comecei aos saltos e aos gritinhos, porque nunca tinha acertado todas as perguntas!
Ela tossiu, como se quisesse dizer ''Comporta-te''.
Assim fiz, parei e olhei para ela muito educadamente.
--Peço desculpa.
--Não há problema... Quer dizer até há. Hoje não vais ter tempo de vesitar Luz e Escoridão, mas faremos isso amanhã. Pois são quase 7 horas da menhã e tens que acordar bem cedo, para que o teu teste de francês te corra bem, não é assim.
Acenei com a cabeça. Apesar de Françês não ser a minha dísciplina favorita, queria tirar um Muito Bom. E por mais que às vezes estivesse com a cabeça em Muz e Escoridão ou apensar em tudo menos no que devia pensar, estava consciente que tinha estudado tudo, e que talvez conseguisse tirar a nota que queria.
Para quem é adolescente, deve perceber do que estou a falar.
--Então, um resto de um bom sono Chelsie.
Eu sorri. A minha relação com Moon em tão pouco tempo tornara-se tão forte que quase era impossível. Mesmo que ela às vezes me castigasse, eu sabia que não podia cometer uma única falha no futuro.
Chegei-me a ela, e como uma bébezinha, deilhe um beijinho na cara, como se Moon, fosse a minha irmã mais velha.
--Boa noite.- retribuí.
Num lapzo de segundo, já estava novamente entregue a mim mesma, não sabendo ainda quanto tempo faltava para ir para o meu novo lar...
Estava a começar a ficar um bocado aborrecida... Tinha que conseguir responder às perguntas todas bem, ou não entrava hoje em Luz e Escuridão.
--Quanto tempo vive uma musa?
--O tempo que quiser, é imortal.
--De quanto em quanto tempo temos que renovar os nossos cargos?
Pensei... Esta pergunta era díficil pois nunca tinhamo falado disso...
Estive à beira de dizer ''nã sei'' mas não cometi esse erro. Eu sabia a idade dela : cinco mil anos, e como sei que a idade das musas só se conta apartir de quando ''governam'' Luz e Escoridão, até acertie a pergunta.
-- Cinco mil anos, a não ser que esta seja morta por não ter ensinado bem o seu dícipulo.
--Quais os deveres das musas?
--Devem proteger a terra onde vivem, manter a sua existência em segredo para com os humanos, e cuidar das tanto dos humanos como das pessoas que também habitam ''Luz e Escuridão''.
--Qual o nome da única escola para musas em todo o universo?
Esta eu sabia, estava na ponta da língua! Mas não queria sair! Que raios!
--Magics School. Mal o disse, soube logo que era um nome fulero. Argg!
--Porque se chama assim?
--Porque não são só as musas que estudam lá. Os mágicos, deusas, deuses, fadas, e outras criaturas mágicas e místicas também estudam; como os vampiros e os lobisomens,e julgo que até humanos que são marcados como especiais.
--Muito bem, Chelsie White. Hoje acertas-te todas!
Acertei? Mesmo? Yupiiiiii! Comecei aos saltos e aos gritinhos, porque nunca tinha acertado todas as perguntas!
Ela tossiu, como se quisesse dizer ''Comporta-te''.
Assim fiz, parei e olhei para ela muito educadamente.
--Peço desculpa.
--Não há problema... Quer dizer até há. Hoje não vais ter tempo de vesitar Luz e Escoridão, mas faremos isso amanhã. Pois são quase 7 horas da menhã e tens que acordar bem cedo, para que o teu teste de francês te corra bem, não é assim.
Acenei com a cabeça. Apesar de Françês não ser a minha dísciplina favorita, queria tirar um Muito Bom. E por mais que às vezes estivesse com a cabeça em Muz e Escoridão ou apensar em tudo menos no que devia pensar, estava consciente que tinha estudado tudo, e que talvez conseguisse tirar a nota que queria.
Para quem é adolescente, deve perceber do que estou a falar.
--Então, um resto de um bom sono Chelsie.
Eu sorri. A minha relação com Moon em tão pouco tempo tornara-se tão forte que quase era impossível. Mesmo que ela às vezes me castigasse, eu sabia que não podia cometer uma única falha no futuro.
Chegei-me a ela, e como uma bébezinha, deilhe um beijinho na cara, como se Moon, fosse a minha irmã mais velha.
--Boa noite.- retribuí.
Num lapzo de segundo, já estava novamente entregue a mim mesma, não sabendo ainda quanto tempo faltava para ir para o meu novo lar...
29/01/11
Vai correr tudo bem, vai correr tudo bem... pensava para mim mesma.
No entanto, sabia que não era verdade. Sabia que quando o visse podia ter um ataque de raiva e dar-lhe uma carga de porrada, sabia que podia ter um ataque de choro, de angústia, ou podia ter medo.
Mas estava certa de uma coisa: ia doer!
Não é daquelas dores reconfortantes, quando um cão nos dá uma mordiscadela porque tem que coçar os dentes, nem é daquelas dores quando partimos uma perna, ou temos uma dor de cabeça.
Não. É aquela dor que poucos conhecem, é a dor quando vemos a pessoas que amámos, mas que mais tarde nos despedaçou o coração, como uma faca que nos fura a pele seguida de um grito, de um suspiro e de uma inconsciência.
Eu caminhava silênciosamente pelas ruas do jardim municipal, sabendo que ele ia estar ali.
Sim, fui bastante burra em o fazer, mas queria que a dor acontecesse ali, porque não tinha ninguém a falar comigo, ou à minha espera, poderia ficar ali nos meus gritos mudos que ninguém ia dar conta. Ao menos, não iria ter uma data de amigas à minha volta a perguntar se eu estava bem. Pois porque nessa situação eu ou iria dizer ''Deixem estar, já passa'' com um sorriso tão forçado que até me iria doer os molares ou então ''Não foi nada.''.
Vi-o. A dor começou. Veio silênciosamente, sem dar sinais, mas mal a senti, o meu coração congelou, minha respiração ficou pesada,e minhas pernas sem força. Não sei quanto tempo passou, talvez horas, minutos, segundos, ela foi diminindo até parar. Recompus-me, com um ar agora mais confiante, voltei a olhá-lo.
Quando voltei a olhar, já não doeu, por mais estranho que para mim fosse, em vez disso, fiquei com raiva.
Muita raiva, raiva por ele me ter mentido, por todas as vezes que me tinha dito ''amo-te'' sem nunca me amar verdadeiramente, por me ter inclúido no jogo dele, por todas as vezes que me beijou, por todas as vezes que me olhava com um olhar ternurento, agora em vez da raiva era a fúria que me dominava, por eu ter sido burra ao ponto de acreditar nele, de lhe ter retríbuidos os ''amo-te'', por me ter permitido entrar no jogo dele, por todas as vezes que o beijei, por todas as vezes que me deixei levar por aquele olhar, por ter permitido que ele me traí-se.
A a minha alma e o meu espírito queriam vingança, para um dia poderem voltar a acreditar. E era isso o que eu tinha planeado.
Sabia o ponto fraco do Patrick: raparigas. Não é díficil de adivinhar pois não?
E hoje vinha vestida a rigor, mesmo para o fazer sofrer: na temperatura que estava (23º Celcius) conseguia aguentar com uma minissaia preta, collants tranparentes, sandálias de salto alto, unhas pintadas, um top (não muito justo), cabelo com ondulação, tinha tirado o aparelho ontem, oculos de sol brancos e uma carteira grande branca e preta.
Estava pronta, mesmo. Tinha falado com o meu primo para ele estar sentado no outro banco mais ao funco como se fosse meu namorado.
Isto ia doer muito ao Patrick, eu sabia que sim.
Inspira, expira. 1, 2, 3!
A Chelsie entra em acção.
Caminho pelo jardim, fingindo que não os vi. Deu para sentir os olhos dele postos em mim, com boca aberta, caminhava normalmente, e não pude evitar um sorriso. Como não sabia se ele me reconhecia, tirei os óculos de sol e BOMBA!
Ele parecia que tinha congelado, e eu olhava em frente.
Mal vi que ele ia abrir a boca para me chamar.
--Ben!- chamei o meu primo (namorado fingido) com um sorriso de orelha a orelha, pois apesar de ser apenas meu primo, eu tinha que saber fingir, e estava mesmo cheia de saudades dele.
Ele ultrapassava o Patrick em todos os aspectos: tinha 16 anos, era alto e com um bom corpo, olhos azuis-vivo, cabelo castanho, e com um sorriso lindo. Mas era meu primo.
Tinhamos combinado tudo, as palavras a utilizar, enfim...
--Olá boneca! 'Tava a ver que nunca mais vinhas.
--Desculpa, é que a Daisy teve um prma e eu tive que ir ajudar.
--É grave?
--Não te preocupes, depois passa.
Ele sorriu e deu-me a mão direita, tal como combinádo.
--Então podemos ir?
--Não.
--Porquê?
--Ainda não me deste um beijo.
Juro que podia ouvir o Patrick a cerrar os dentes! Era tãaao dificil conter a gargalhada.
--No carro é mais romântico.
--Deixa-te de coisas!- dei-lhe um toque no ombro. - Anda lá, se não chegamos atrasados.
Ele revirou os olhos. O Patrick como cobarde que é, foi-se embora, e passo apressado, a bufar e ainda com os dentes cerrados.
Quando ele estava demasiado longe para ouvir, soltei aquela gargalhada que estava aqui à tanto tempo presa.
Ele riu-se também.
--Oh priminha era aquele?- perguntou com um ar de gozo.
--Sim era.
--Podias ter arranjado algo melhor, és bem capaz disso.
--Pois só agora é que chegei a essa conclusão.
-- Ah, e a propósito estás mesmo bonita hoje.
--Mente meste que eu gosto.- e pisquei-lhe o olho.
--Vá anda.
--Para onde?- perguntei.
--Não me digas que não queres ir ver o ''Eclipse'' comigo?
-- A Tanny vai?
--Talvez.
--Fogo meu, queria mesmo conhecer a tua namorada.
--Vens comigo ver o filme ao cinema ou não?- perguntou de novo.
-- Deixa ver... É preferivel ir ao cinema com o meu priminho lindo ver o filme que quero ver à séculos, ou ficar em casa no pc? Já sei! Vou contigo.- e sorri.
--Acho bem.
Ainda me ria da cara do Patrick, mas não ia ficar por aqui.
No entanto, sabia que não era verdade. Sabia que quando o visse podia ter um ataque de raiva e dar-lhe uma carga de porrada, sabia que podia ter um ataque de choro, de angústia, ou podia ter medo.
Mas estava certa de uma coisa: ia doer!
Não é daquelas dores reconfortantes, quando um cão nos dá uma mordiscadela porque tem que coçar os dentes, nem é daquelas dores quando partimos uma perna, ou temos uma dor de cabeça.
Não. É aquela dor que poucos conhecem, é a dor quando vemos a pessoas que amámos, mas que mais tarde nos despedaçou o coração, como uma faca que nos fura a pele seguida de um grito, de um suspiro e de uma inconsciência.
Eu caminhava silênciosamente pelas ruas do jardim municipal, sabendo que ele ia estar ali.
Sim, fui bastante burra em o fazer, mas queria que a dor acontecesse ali, porque não tinha ninguém a falar comigo, ou à minha espera, poderia ficar ali nos meus gritos mudos que ninguém ia dar conta. Ao menos, não iria ter uma data de amigas à minha volta a perguntar se eu estava bem. Pois porque nessa situação eu ou iria dizer ''Deixem estar, já passa'' com um sorriso tão forçado que até me iria doer os molares ou então ''Não foi nada.''.
Vi-o. A dor começou. Veio silênciosamente, sem dar sinais, mas mal a senti, o meu coração congelou, minha respiração ficou pesada,e minhas pernas sem força. Não sei quanto tempo passou, talvez horas, minutos, segundos, ela foi diminindo até parar. Recompus-me, com um ar agora mais confiante, voltei a olhá-lo.
Quando voltei a olhar, já não doeu, por mais estranho que para mim fosse, em vez disso, fiquei com raiva.
Muita raiva, raiva por ele me ter mentido, por todas as vezes que me tinha dito ''amo-te'' sem nunca me amar verdadeiramente, por me ter inclúido no jogo dele, por todas as vezes que me beijou, por todas as vezes que me olhava com um olhar ternurento, agora em vez da raiva era a fúria que me dominava, por eu ter sido burra ao ponto de acreditar nele, de lhe ter retríbuidos os ''amo-te'', por me ter permitido entrar no jogo dele, por todas as vezes que o beijei, por todas as vezes que me deixei levar por aquele olhar, por ter permitido que ele me traí-se.
A a minha alma e o meu espírito queriam vingança, para um dia poderem voltar a acreditar. E era isso o que eu tinha planeado.
Sabia o ponto fraco do Patrick: raparigas. Não é díficil de adivinhar pois não?
E hoje vinha vestida a rigor, mesmo para o fazer sofrer: na temperatura que estava (23º Celcius) conseguia aguentar com uma minissaia preta, collants tranparentes, sandálias de salto alto, unhas pintadas, um top (não muito justo), cabelo com ondulação, tinha tirado o aparelho ontem, oculos de sol brancos e uma carteira grande branca e preta.
Estava pronta, mesmo. Tinha falado com o meu primo para ele estar sentado no outro banco mais ao funco como se fosse meu namorado.
Isto ia doer muito ao Patrick, eu sabia que sim.
Inspira, expira. 1, 2, 3!
A Chelsie entra em acção.
Caminho pelo jardim, fingindo que não os vi. Deu para sentir os olhos dele postos em mim, com boca aberta, caminhava normalmente, e não pude evitar um sorriso. Como não sabia se ele me reconhecia, tirei os óculos de sol e BOMBA!
Ele parecia que tinha congelado, e eu olhava em frente.
Mal vi que ele ia abrir a boca para me chamar.
--Ben!- chamei o meu primo (namorado fingido) com um sorriso de orelha a orelha, pois apesar de ser apenas meu primo, eu tinha que saber fingir, e estava mesmo cheia de saudades dele.
Ele ultrapassava o Patrick em todos os aspectos: tinha 16 anos, era alto e com um bom corpo, olhos azuis-vivo, cabelo castanho, e com um sorriso lindo. Mas era meu primo.
Tinhamos combinado tudo, as palavras a utilizar, enfim...
--Olá boneca! 'Tava a ver que nunca mais vinhas.
--Desculpa, é que a Daisy teve um prma e eu tive que ir ajudar.
--É grave?
--Não te preocupes, depois passa.
Ele sorriu e deu-me a mão direita, tal como combinádo.
--Então podemos ir?
--Não.
--Porquê?
--Ainda não me deste um beijo.
Juro que podia ouvir o Patrick a cerrar os dentes! Era tãaao dificil conter a gargalhada.
--No carro é mais romântico.
--Deixa-te de coisas!- dei-lhe um toque no ombro. - Anda lá, se não chegamos atrasados.
Ele revirou os olhos. O Patrick como cobarde que é, foi-se embora, e passo apressado, a bufar e ainda com os dentes cerrados.
Quando ele estava demasiado longe para ouvir, soltei aquela gargalhada que estava aqui à tanto tempo presa.
Ele riu-se também.
--Oh priminha era aquele?- perguntou com um ar de gozo.
--Sim era.
--Podias ter arranjado algo melhor, és bem capaz disso.
--Pois só agora é que chegei a essa conclusão.
-- Ah, e a propósito estás mesmo bonita hoje.
--Mente meste que eu gosto.- e pisquei-lhe o olho.
--Vá anda.
--Para onde?- perguntei.
--Não me digas que não queres ir ver o ''Eclipse'' comigo?
-- A Tanny vai?
--Talvez.
--Fogo meu, queria mesmo conhecer a tua namorada.
--Vens comigo ver o filme ao cinema ou não?- perguntou de novo.
-- Deixa ver... É preferivel ir ao cinema com o meu priminho lindo ver o filme que quero ver à séculos, ou ficar em casa no pc? Já sei! Vou contigo.- e sorri.
--Acho bem.
Ainda me ria da cara do Patrick, mas não ia ficar por aqui.
26/01/11
Passaram três dias em que conheci a faceta oculta do Patrick, descobri que ele é um falso!
E nesses três dias, o meu amor por ele transformou-se em ódio. È obvio que ainda estou triste… Afinal ele foi um grande amor, e esses amores não são fáceis de esquecer.
Não o vi hoje, nem tenciono ver. É melhor assim. Mas gostava, a sério que gostava de o ver sofrer, de o ver chorar de o ver gritar ‘’Pára!’’ e coisas do género.
Sim o Patrick merece paga-las. Não o vou negar. Sinto-me tão vingativa hoje que era capaz de partir um daqueles cães de porcelana que a mãe dele colecciona.
Mas não o vou fazer… Porquê? Porque estaria a magoar a mãe dele, e não ele. Mas também porque não sou cruel.
Enquanto eu falava comigo mesma, abri o computador, e procurei na net o significado de ‘’musa’’.
Cá está ele:
‘’As musas são entidades mitológicas a que são atribuirás capacidade de inspirar a criação artística ou científica;’’
Esqueceram-se da parte em que elas vivem numa terra lendária chamada ‘’Luz e Escuridão’’.
Woow! Estou em choque! Eu posso ter um poder. E isso não é nada fixe, nada mesmo!
A minha ‘’tatuagem’’ no pulso é bastante engraçada se a posso chamar assim. Não é grande, mas o suficiente para chamar a atenção dos meus colegas e professores.
Durante os meus sonhos Moon, explicou-me que um dia, eu irei viver para ‘’Luz e Escuridão’’, e afinal pode ser dentro de meses.
Não me agrada a ideia, principalmente porque ela disse que já não entram na escola (Sim, eu vou ter lá uma escola onde, pelo que sei, vou aprender a ser uma musa) discípulos à mais de 1000 anos, o que é muito tempo se fores mortal e pouquíssimo tempo se fores imortal.
Diz que vou fazer amigos facilmente (bem se 1000 anos para ela é pouco a palavra facilmente deve demorar uns 10 aninhos).
Disse-me que só iria descobrir o meu dom, em exames, quando fosse para a escola. Não sei o que vai ser da minha família e dos meus animais sem mim.
Ela disse que posso levar para lá a Candy, o que tem a sua parte boa, e que a minha cadelinha também vai ser imortal. Fixe!
Na escola, sou apenas uma miúda. Alguns rapazes chamam-me gira e assim, mas nunca fui nada de especial. Não como vai ser na outra escola.
As coisas vão ser diferentes. Não vou precisar de comer 4 refeições por dia, uma barra de chocolate dá para me manter em pé durante 2 meses, mas sim, preciso de dormir, e muito.
Existem vezes em que por tudo o que o Patrick me fez, e de tão perto que outro alguém pode estar de fazê-lo já não sei se confio em rapazes… E isso é muito, mas mesmo muito mau.
Tenho que estudar Português, mas acho que preferia saber qual era o meu dom e como vai ser a minha vida a estudar letras, parágrafos e pontos finais.
A minha vida sem graça está a mudar a um ritmo impressionante, primeiro o Patrick, depois aquilo da musa, e agora sei que vou ter um dom.
Que isto vá de mau para melhor, ou eu estou gravemente metida em sarilhos em que não existe uma placa a dizer ‘’Exit’’.
24/01/11
Capítulo 2
Olhei em volta sobressaltada. "Mas o que é que eu estou aqui a fazer?"
Estava desorientada. Queria sair dali, mas com aquela escuridão era praticamente impossível.
"Onde é que eu estou?"
Quando me fui para levantar, reparei que tinha as mãos atadas. E que eu estava sentada no chão, amarrada a um poste, com fita adesiva na boca.
Entrei em pânico.
"Isto não é bom sinal. Nada bom sinal. ALGUÉM ESTÁ A OUVIR?! TIREM-ME DAQUI" apetecia-me dizer.
Os meus olhos começaram-se a adaptar à ausência de luz, e, quando isso aconteceu, reparei que estava num quarto.
Nunca poderia ser um quarto de hotel por causa do cheiro. Cheirava a podre, algo parecido com sangue estragado; sangue apodrecido.
A cama estava ao meu lado, e estava alguém deitado nela.
"Não posso fazer barulho, se não acordo-o. Que estranho" pensei. "Não se mexe."
De uma coisa eu tinha a certeza. Tinha que sair dali, o mais rápido possível e telefonar à polícia.
Abanei as mãos com mais força; mas tal esforço foi inútil visto que as cordas não se soltavam. Estavam amarradas com um nó muito bem dado.
Percorri o quarto com os olhos com o objectivo de encontrar um lugar por onde pudesse fugir caso me soltasse.
Durante momentos, o mundo parou, o meu coração congelou e eu fiquei presa num buraco sem fim, após ter ouvisto aquela voz.
--O que fazemos com ela? - alguém perguntou do outro lado da porta.
"Aquela voz! Não pode! Não pode!" gritava mentalmente. As imagens daquele dia tenebroso passavam-me à frente dos olhos. Eram tão reais como se eu estivesse ali, outra vez, na estação de comboio. "É ele, o da tatuagem. Mas.. como?! Como?!"
--Não sei. - respondeu a outra voz. - Mas seja o que for, quero que ela esteja acordada. Eu, pessoalmente, ia adorar se ela nos reconhcesse. - disse entre risos.
Eu tremia de medo, de pânco, de pavor. Eles não me iam fazer coisa boa. O meu coração batia como nunca batera; descontrolado, como um cavalo.
Tentei acalmar-me. "Mas como é que eles me foram buscar? Como é que me encontraram? Onde está o meu pai?"
As perguntas estavam a dar comigo em doida. Institivamente, olhei para a cama, para ver quem era a pessoa que lá dormia.
Com um olhar rápido, verifiquei estupfacta que cheirava mesmo a sangue podre. E o sangue vinha daquele homem! Aquele homem estava morto! M-O-R-T-O!
Comecei a mexer-me com mais força, e as duas pessoas do outro lado da porta ouviram.
-- Estou a ouvir barulho. - disse a primeira voz - É melhor irmos ver o que se passa, talvez a nossa princesa já tenha acordado.
Quando ouvi isto, um sexto sentido contou-me que era melhor permanecer com os olhos fechados e com a cabeça para baixo. "Talvez eles assim pensem que continuo a dormir." Já com os olhos fechados ouvi a porta a abrir. Os passos deles eram pesados, fortes e ritmados, e soube de seguida que se dirigiam a mim.
Um deles tinha a mão bastante húmida e quente quando me tocou no pescoço com o objectivo de verificar se eu estava acordada. "Vão-se embora! Deixem-me em paz!"
--Fogo meu! Cheira bué mal aqui! - disse o da mão húmida ainda a segurar-me no queixo.
Entretanto o outro estava mais longe, perto da cama, pelos meus cálculos.
--Cheira a sangue grande otário! - responde o homem com a voz grave - Vem do Senhor Professor, o pai da nossa da princesa.
Fiquei sem respirar. sem sinal de vida. Em total estado de choque. O meu coração parou por minutos de tempo indefinidos e dentro da minha mente como todo o meu espirito a solidão e a escuridão começaram a reinar.
"Não acredito. Aqueles crabrões mataram a minha mãe e o meu pai e quando tudo isto acabar eu certamente, irei estar morta também." O medo percorria-me as veias, mas a cólera era superior,
--Meu vem me aqui ajudar a esconder o corpo deste fulano. - pediu o da voz grave.
Ouvi-os a levantarem o corpo do meu pai da cama.
--Não te rales com a faca seu estúpido! - ordenou o da voz grave - Mete-a em cima da mesinha de cabeceira e preocupa-te em trancar a porta enquanto eu procuro um sítio para guardar-mos isto. Não vá este cheiro causar-nos vómitos.
Só voltei a abrir os olhos quando ouvi a porta do quarto a fechar. Tinham deixado a luz acessa e agora podia observar o quarto em condições. Primeiro, queria-me soltar daquela corda. "preciso de uma faca." procurei a mesinha de cabeceira. Estava a dois metros de mim. Os meus pés estavam desatados; um erro de principiante nos raptos, concluí.
Estiquei umas das pernas e tocava no canto da mesa. Bastava só ter cuidado para a faca cair à minha frente. Se tal acontecesse, seria muito mais fácil levá-la até às mãos. Empurrei a mesa, que fez um grbade barulho ao embater no chão, e a faca fez o trajecto que eu tinha planeado. "Yes!" Com a outra perna, aproximei o objecto das minhas mãos. Antes de cortar a corda verifiquei se não estava a ser observada do outro lado da porta. Não. Para minha salvação não estava. Agarrei a faca com a mão direita e enquanto rezava para que naquele momento nenhum dos dois homens entrasse plea grande porta, cortei-a. Zás! Suspirei, e quase me cairam lágrimas de alegria quando me levantei.
"Chel's, concentra-te. Tens que encontrar uma saída e RÁPIDO!" Percorri novamente a sala com os olhos. Não havia uma única janela. "Bolas!". Porém, ligeiramente, havia uma conduta para sair o ar condicionado. Era a única maneira.
Peguei numa cadeira, subi para cima dela, e retirei a vedação com alguma dificuldade. No entanto, quando ia a entrar, alguém empurrou a cadeira e eu caí com bastante força no chão. "Não, não!"
Levantei-me, tão rápido, que quase caí outra vez. Ele ia agarrar-me mas esquivei-me. Não estava para brincadeiras. "Nem estás tu, nem estou eu." Porém, no fundo, estava cheia de medo.
Ele agarrou-me outra vez tentando sufucar-me. Defendi-me com um murro no nariz, com tanta força quanto aquela que tinha.
--Não vai ser assim tão fácil, amorzinho. - disse com um sorriso zangado.
Rodei sobre mim mesma e fiquei de frente para ele. Estava encurralada. Tinha a parade atrás e ela à frente. "Quem me dera ser um fantasma". Ele fez um movimento tão rápido que eu nem tive tempo de reagir. Com um piscar de olhos, já estava o cotovelo dele à volta do meu pescoço sem me deixar respirar. A sufocar-me.
--Não te devias ter armado em esperta comigo, fofura. - disse, numa voz doce.
O meu sofrimento metia-lhe gozo. E isso não era nada bom.
Ele encostou a arma à minha cabeça.
Senti-me desfalecer, até que ele me soltou, agarrando-me apenas pelo braço. Eu estava a tentar não dar parte fraca. "Acabou. Já não há saída. Vou morrer."
Ele sorriu mais uma vez e clicou no gatilho.
Acordei com o coração aos pulos, totalmente transpirada. Fiquei em choque durante um bom momento. Depois, verifiquei que tudo não passara de uma partida da minha fértil imaginação. "Mas que partida!" Demorou bastante tempo, até me sentir segura. A corrida do meu coração abrandou até não passar de uma caminhada sem pressa. Olhei para o relógio. Eram cinco da manhã. Fui ao quarto do meu pai, onde este ressonava. Depois do pesadelo que tinha tido só apetecia abraçá-lo e dizer que o amava. mas provavelmente se o fizesse, ele mandava-me para um hospital com medo que aqui a miss estivesse com febre.
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Estava a sonhar, disso tinha a certeza…
Encontrava-me num campo, com algumas árvores, a lua estava cheia e irradiava uma luz fora do normal: parecia que me sorria.
Os meus pés tocavam na erva macia, que fazia cócegas, o vento agitava-me o cabelo solto e não tinha frio.
Estava a correr, uma corrida lenta em que podia cheirar e captar tudo o qu se passava à minha volta… Os ombros desnudados ao toque, pareciam cetim, de tão macios que estavam, e as pernas, sem nada que as escondesse do escuro da noite, agitavam-se agilmente.
Pés descalços? Ombros desnudados? Pernas ao léu?
Olhei para mim. Estava com um vestido branco curto, que me chegava ao joelho, as unhas pintadas de preto, e o meu cabelo, preto, descia pelos meus ombros como água que corre numa cascata.
No meio deste sonho, vi uma sombra passar no meio da densa floresta. O meu primeiro instinto fio gritar, mas por alguma coisa não o fiz.
Estaria a espiar-me? O que queria de mim? O que desejava?
Aquilo parou e veio ao meu encontro.
Assustei-me, ponderei mais uma vez a questão de gritar, mas mais uma vez não o fiz.
Ela saiu do meio da floresta, sim ela, era uma mulher. Vestia uma vestido comprido, preto, que contrastava com o cabelo dela que era loiro. Os olhos azuis, partindo do princípio, se andasse na minha escola teria todos os gajos atrás dela.
Mas era mais velha, dava-lhe uns 23 anos. Ao falar, a sua voz parecia música, de tão irreal que era:
--Bem-vinda Chelsie White.
--Q…Quem és? – perguntei a medo, por essa razão gaguejava.
--Chamo-me Moonly, Moon, é como todos me tratam e significa Lua. Sou uma das 7 musas em toda a História do Mundo. Cada uma de nós é associada a algo: um nome, um fenómeno, uma data. Eu fui associada às estrelas e a Lua. Mais propriamente à Noite. Mas nada disto é importante agora. Vamos falar de ti.
--De mim?! - Perguntei incrédula.
--Sim, de ti.
Mas o que ela queria? Seria só um produto da minha imaginação? Ou isto estaria a acontecer? O que se passa? Eu exijo saber!
--Calma. - disse na voz mais tranquila deste mundo. – Vai ser tudo explicado com o tempo. Neste momento, estás sob minha guarda e eu tenho que me certificar de que tu aprendes tudo o que tenho para te ensinar.
--Vou ter outra escola?
--Não. Irei transmitir-te tudo nos teus sonhos como estou a fazer neste momento. Como estava a dizer, somos sete musas, e cada uma escolhe os seus alunos que irão ser apenas alunos, e o seu discípulo. A diferença está em que os alunos têm aulas com as instrutoras e o discípulo tem aula com a própria musa. Nós musas somos imortais mas existe um tempo em que não vamos ser mais precisas e temos que renovar os nossos cargos. Vou-te preparar para seres musa , e escolhi-te a ti, porque não quero ser apenas tua orientadora para mais tarde passares pelos portões de ‘’Luz e Escuridão’’, que é a terra lendária onde vivem as musas. Quero ser um diário, quero ser a tua amiga especial, e como estás numa fase complicada da tua vida, quero que tu e eu agora somos apenas um. Tudo o que tu sentes eu vou sentir também, e o teu espírito está no meu.
Espero que me ajudes, pois se eu cometer alguma falha, se, algum dia te acontecer alguma coisa em ‘’Luz e Escuridão’’ matam-me por não te ter ‘’criado’’ e educado bem.
Fiquei pasmada! Eu musa?! Algum dia?! Queria gritar, perguntar mais coisas, saber mais coisas acerca de mim.
Mas antes ouvi a voz do meu pai a bater na porta:
--Chel’s, está na hora de ires comer.
Acordei e levantei-me, ainda estava zonza, e pude ouvir Moon dizer:
--Lembra-te eu sou o que tu és. Deixei-te uma marca no pulso direito, com uma estrela dentro de um olho. Essa é a minha marca. É a marca que me pertences. No pé também tens uma pulseira com um pendente exactamente com o mesmo símbolo que está no teu pulso. Não te preocupes, as dúvidas serão esclarecidas com o tempo.
Após isto levantei-me, e fiz tudo como se ainda fosse eu, sabendo que nada a partir de hoje seria normal.
23/01/11
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Capítulo 1
Encontrava-me no Starbucks à espera que o Patrick aparecesse. Mas onde é que ele se tinha metido? Já passava meia hora da hora marcada.
"Calma, Chel's. Quando ele vier terá uma óptima explicação para se ter atrasado." Namorávamos ia fazer três meses. Eu gosto dele, mesmo. Mas às vezes questiono-me se ele gosta tanto de mim como eu gosto dele. Sim, ele é buéda giro. Com cabelo castanho e olhos cor-de-avelã, é sem dúvida, irresistível.
Mas ele não vinha. Aos trinta e cinco minutos, fartei-me.
Peguei na minha mala, paguei a Coca-Cola Light que tinha pedido, para me ajudar a passar o tempo, e fui-me embora. Depois ele ligava e pediria desculpas, certamente.
Como é hábito, fui a pé para casa. Para quê incomodar o meu pai?
Fui em direcção ao centro da cidade passando por várias lojas e entrando naquelas que me interessavam.
Quando cortei para a zona dos bairros altos ouvi algo estranho.
Quem me dera nunca ter ouvido aquele som.
Quem me dera nunca ter sido curiosa ao ponto de tentar descobrir o que era.
Quem me dera nunca ter reconhecido as duas pessoas que lá se encontravam.
Quem me dera que eu não estivesse no sítio errado, na hora errada, com as pessoas erradas.
Eram vozes.
Se não tivesse reconhecido a voz dele, provavelmente teria continuado a minha vida julgando que ele me amava.
Era a voz do Patrick.
Deveria estar com os amigos, mas eu não fazia tenções de me demorar. Ia lá apenas para saber a causa do atraso dele, ou do esquecimento, do nosso encontro no café.
Quando contornei o muro, porque era daí que vinham as vozes, o meu mundo desabou.
Crash!
Qualquer coisa partiu dentro de mim, despedaçou-se, ficou aos bocados.
Será que a culpa era minha?
Como poderia ter sido tão estúpida? Tão parva? Como não tinha reparado em tal facto?
Agora, com as provas diante dos meus olhos, percebi que tudo até à data tinha sido uma mentira, uma ilusão.
Apeteceu-me dar-lhe um murro e deixá-lo inconsciente, sem se conseguir mexer. Partido aos bocados, como aquilo dentro de mim que tinha partido há escassos momentos. Apercebi-me que era o meu coração.
Mas já nem o meu corpo eu governava. Encontrava-me imóvel devido ao choque; completamente fora de controlo, após ter visto imagens desfocadas que para sempre me perseguiriam ao longo da vida.
Patrick estava com Angela, aos beijos e aos murmúrios.
Completamente absorvidos demoraram a perceber que eu estava ali.
Quando Angela me viu, afastou Patrick. Consegui ver a culpa nos olhos dela, o medo, o pânico, mas também vi uma faísca de felicidade.
"Cabra de melhor amiga!" pensei.
Ela estava a vir na minha direcção para me "explicar" o que se tinha passado.
Sim, sim. Eu vi. Por isso era melhor se ela ficasse calada.
Queria mexer-me. Queria correr. Queria fugir.
Entrei em pânico quando o meu corpo continuava imóvel.
Ela quase me tocou.
Quase.
Cerrei os dentes, fechei os punhos, arranhando a carne, e finalmente comecei a correr.
Não me lembro de correr tão rápido. De estar tão triste, tão desgastada. Mal via o caminho para casa com a quantidade de água que se instalava nos meus olhos. Pisquei-os com força, evitando chorar, evitando que eles me vissem a chorar, mas tal era inevitável.
Ao fundo da rua, num lugar distante, ele gritou:
--Chel's! Volta aqui! Eu quero-te explicar!
"Esqueceste-te do nosso encontro, mentiste-me, traíste-me, fizeste com que eu te amasse sabendo o que estava a acontecer. Podias ter-me dito! Raios! Tu sabes que podias ter-me dito. Mas em vez disso pensas-te: Porque não fazer a Chel's de parva? Ela já sofreu tanto, mais umas partidinhas não lhe farão mal. Depois de tudo, queres mesmo que eu olhe para ti?! Vai-te lixar!" pensei.
Corri com mais força. O chão estava desfocado, e ouvia a batida do meu próprio coração, ou o que restava dele.
Tropecei numa pedra, apercebendo-me que estava em frente a minha casa.
Olhei para trás. Felizmente não vinha ninguém.
Não podia entrar em casa naquele estado e iria odiar explicar ao meu pai o que se passara. Permiti-me descansar. Limpei as lágrimas à manga da camisa, funguei entre soluços, respirei profundamente algumas vezes e senti-me pronta para entrar.
Subi as escadas de entrada, peguei na chave de casa e abri a porta.
O meu pai estava sentado na poltrona grande a preparar as aulas para o dia seguinte (sim, ele é professor). Quando me ouviu entrar, mirou-me e sorriu-me. Limitei-me a olhar para o chão, como se não tivesse reparado.
-- O dia correu bem, querida? - Perguntou-me.
Mesmo não confiando na minha voz respondi:
-- Mais ou menos. Estou com uma dor de cabeça terrível. É melhor ir-me deitar.
Óptimo. Até não tinha corrido mal. Subi, sem nunca o encarar e entrei no meu quarto.
Naquele momento não podia pensar nele. Mas não poder não implica conseguir.
Comecei outra vez a chorar.
"Não! Como é que ele foi capaz de me fazer aquilo? Como?! Depois do que eu tinha passado, depois de ter sofrido como sofri, como?!
As lágrimas escorriam pela cara, era impossível pará-las.
Recordei tudo. Toda a nossa história e só me apeteceu ir ter com a minha Avó.
Ele sabia por aquilo que eu tinha passado. Ele conhecia o meu passado. Ele sabia que eu me sentia culpada. Ele sabia que sofria. E, ele sabia que tudo isto se devia à minha mãe.
À morte da minha mãe.
*****
"Preciso de umas calças de ganga novas. Uma camisa e um vestido também vinham a calhar." pensei.
Estava em frente ao meu armário, a decidir a roupa que iria levar para a festa da Angela, minha melhor amiga. O aniversário, era só na próxima semana, mas eu gosto de ter as coisas prontas com bastante antecedência.
A minha mãe entrou no me quarto.
--Mamã! – exclamei. - Podemos ir ás compras hoje? - perguntei fazendo beicinho e olhinhos.
--Hoje, meu amor? - Vi pela cara dela que não estava com paciência. - Hoje estamos sem carro querida e...
--Vamos de comboio. - Interrompi.
-- Mas para além disso a mamã tem trabalho para fazer. - Respondeu.
-- Ó mamã! Vá lá! Já pensas-te? Íamos e vínhamos de comboio, andávamos naquelas lojas lindas e gigantes no centro da cidade, comíamos um gelado no Starbucks, e, não és tu que precisa de um vestido novo para o casamento da tia Judith?
Ela olhou para mim com aqueles olhos lindos, obviamente a perguntar como é que eu sabia daquilo. Passados instantes vi nos olhos dela um brilho de desejo, como uma luzinha no final do túnel que a fosse salvar de horas e horas demoradas de trabalho.
--Sim, podemos meu amor. - Vi um sorriso surgir nos seus lábios.
Saímos de casa e dirigimo-nos à estação de comboio. Depois de comprar-mos os bilhetes de ida e volta esperámos que este chegasse para nos levar ao coração da cidade.
Nunca me diverti tanto com a minha mãe. Entrámos em lojas, vasculhá-mos vestidos para ela, comprámos uma camisola e umas calças de ganga para mim (que eu amo) e, no fim, fomos comer um gelado ao Starbucks como combinado.
Depois fomos dar mais umas voltas pelo centro, entrando no hiper-mercado para comprar fruta (precisávamos lá em casa) e fomos carregar o telemóvel da minha mãe ao banco. Acabámos por ir também ao parque e falámos um bocadinho enquanto o sol se escondia.
--Já queres ir para casa? - Perguntou.
--Penso que temos tudo o que precisamos, mamã. Por isso sim. E o papá também já deve estar com saudades nossas. - Argumentei.
A mamã sorriu. Eu gosto quando ela sorri. Fica ainda mais bonita. O sorriso dela favorece os seus olhos azuis e o cabelo castanho liso e comprido.
--Para além disso...- concluiu ela - Está a começar a escurecer. E daqui até à estação de comboio ainda demora uma meia hora. Sobretudo, com estes sacos de compra todos.
--Não te preocupes, mamã. - Reconfortei-a. - Nós não temos pressa.
Levantámo-nos e com toda a calma do mundo dirigimo-nos à estação. Pouco faltava para as nove da noite, mas o céu já estava bastante escuro quando chegámos e a temperatura tinha descido bastante.
Sentámo-nos num banco encostado à parede.
Faltavam cerca de quatro minutos para o metro chegar. Seriam os quatro minutos mais dolorosos da minha vida.
Enquanto a mamã retirava os bilhetes da carteira e colocava-os no bolso, eu olhei em volta para saber se se encontrava mais alguém na estação para além de nós as duas.
Tinha razão.
Dois homens grandes vinham, demoradamente, na nossa direcção. Não conseguia observar o rosto deles, ou as suas roupas porque a estação estava mal iluminada.
Olhei para o relógio digital que se encontrava à nossa frente.
Faltavam três minutos para o comboio chegar.
Os homens continuavam a aproximar-se. Tive um arrepio.
Por instinto, olhei para a mamã. O seu semblante parecia preocupado enquanto olhava em direcção para os dois homens grandes.
Parecia que os conhecia, como se estivesse a ter um dèja-vú.
Eu não estava habituada a ver a mamã assim, imóvel, como se uma lembrança muito má lhe estivesse a passar pelos olhos e ela não conseguisse fazer nada para pará-la.
--Mamã, está tudo bem? - Perguntei, assustada.
Ela nada disse. Olhei outra vez para os dois homens. Acabavam de passar por uma zona com luz e consegui distinguir-lhes as feições. Um deles, tinha o cabelo rapado, um piercing na sobrancelha e os olhos bastantes escuros. Era o mais alto. O outro, também bastante corpulento, tinha uma tatuagem em forma de escorpião no braço (estava de maga curta) e um brinco na orelha direita. O cabelo era loiro e os olhos verdes. Houve, desde logo, qualquer coisa que me chamou a atenção nos olhos dele. Em vez de me fazerem lembrar uma floresta tropical com água a escorrer numa cascata, onde tudo estava correcto e tranquilo, aqueles olhos recordaram-me um leopardo. Um leopardo grande e ágil, que por pura sorte tinha encontrado exactamente aquilo que procurava. A sua presa. Porém, não foram só os olhos dele que assustaram. Rapidamente reparei que ambos tinham um sorriso malvado no rosto.
Durante o tempo em que os observava, a mamã pegou na minha mão e levou-me, em passo acelerado, até a um candeeiro.
Estava qualquer coisa de errado ali. E o tempo transmitia isso mesmo. O dia que tinha sido coberto por enormes raios de sol, com um céu sem nuvens transformara-se na véspera de uma trovoada, com rajadas de vento forte.
Nunca gostei de trovoadas. Parece que mal o primeiro trovão rasgue o céu, algo de mau vai acontecer.
A passada dos homens estranhos acelerou o ritmo. Eles eram gigantes. Agora, apenas dez metros nos separavam.
Outro calafrio percorreu-me o corpo. Aquilo não estava certo. O meu coração batia fortemente, sendo possível eu ouvi-lo; as minhas mãos estavam frias e tremiam. Escondi-me atrás da mamã. Não gostava do aspecto daqueles homens. Não gostava nada, e por isso, percorria em vão, a estação de comboio, para saber se existia alguém que nos pudesse ajudar. Completamnete sozinhas.
Eu estava com medo. Muito medo.
As lágrimas começaram a vir-me aos olhos quando eles chegaram ao pé de nós.
Eu sabia que a mamã estava tão assustada como eu. Mas ela era forte. Por isso estendeu a mão, pegando na carteira e disse aos dois homens:
-- Fiquem com a carteira. Podem levar tudo, mas não nos façam mal.
Os rapazes maus e fortes sorriam.
"Jesus, ajuda-me, por favor" pensava. A catequista tinha-me dito que em situações complicadas Jesus ajudava sempre. "Jesus, ajuda-me" repeti, mentalmente.
"Jesus, ajuda-me, por favor" pensava. A catequista tinha-me dito que em situações complicadas Jesus ajudava sempre. "Jesus, ajuda-me" repeti, mentalmente.
O rapaz do piercing respondeu:
--Não queremos a sua carteira para nada, Senhora Annabelle.
A voz dele mostrava divertimento. Eles conheciam a minha mãe. Eles sabiam o nome da mamã. Se calhar também conheciam o papá. Ó meu Deus! Será que o papá está bem?
Eu não sabia o que eles iam fazer.
Eu não sabia o que eles iam fazer.
Faltavam dois minutos para o comboio chegar.
"Comboio despacha-te!" pensava agora, enquanto as lágrimas me escorriam pelas faces, e o medo dominava-me. "Mas porque é que eles não aceitam a carteira e o dinheiro e se vão embora?" perguntei para mim mesma. A resposta, saía da boca dos rapaz da tatuagem:
--Queremos a miúda. - ao dizer isso olhou para mim.
Chorei com mais força agarrando-me à minha mamã.
--Mamã...mamã!- disse entre soluços.
O medo da minha mãe transformara-se em cólera. Em fúria pura, adquirindo uma postura rígida.
Seguidamente, gritou:
--Eu preferia morrer ao vocês os dois levarem a minha filha.
Todos os movimentos aconteceram rápido de mais. Em segundos os homens entreolharam-se. Nisso, o da tatuagem tirou a arma escondida no bolso das calças.
Quando a bala saiu disparada da arma após terem pressionado o gatilho, o primeiro trovão da noite rasgou o céu. E foi ali, às 21:13, após ouvir a última respiração da minha mãe que o meu relógio parou.
*****
Enquanto as imagens daquela noite terrível me passavam à frente dos olhos, comecei outra vez a chorar. Nada daquilo era justo. NADA! Quer seja por ter perdido a minha mãe aos dez anos (e, ainda hoje me sentir culpada por isso. Porque, se não fosse eu a obrigá-la a ir às compras aquilo nunca lhe teria acontecido).
Não sei quanto tempo passou. Olhei para o relógio. 20h15min. "Tanto tempo! Meu Deus!". Dei um pulo da cama, ignorando as dores nas pernas após a corrida, e dirigi-me à casa de banho.
Fechei a porta, mas antes de lavar a cara olhei para a rapariga que se encontrava no espelho.
Os olhos eram o que destacava mais no seu rosto. Eram a junção de verde-claro com um azul forte. Eram sem dúvida bonitos. Mas naquele momento transmitiam dor estavam vermelhos porque a rapariga estivera a chorar e a sofrer. A sofrer interiormente. Chorou tanto que o rímel que tinha colocado antes de sair de casa estava borratado, fazendo uma linha preta contínua até ao meio das bochechas. O cabelo preto, ondulado, chegava até depois dos ombros, estava despenteado, dando-lhe um ar selvagem, porém desgastado e triste. Como se todo o espírito dela estivesse desiludido. "E estava". pensei. "Notava-se."
Saí da casa de banho após lavar a cara.
Estava desolada, e não havia forma de o negar. "Ainda não acredito que isto me aconteceu. Ainda penso que isto é um pesadelo. Ainda acho que isto é uma ilusão. Uma ilusão..."
Não podia gritar com som, ou o meu pai ia perceber que qualquer coisa não estava bem.
--Já que não posso gritar para fora, grito para dentro. - Murmurei.
"ODEO-TE! ACHAS BEM O QUE ME FIZES-TE?! ACHAS?! TUDO ISTO QUE PASSÁ-MOS, NÃO SIGNIFICOU NADA PARA TI, POIS NÃO?! FOI TUDO UMA MIRAGEM. UMA ILUSÃO! I-L-U-S-Ã-O!"
E lá voltavam as malditas lágrimas "Elas nunca hão de parar pois não?".
Apetecia-me fazer qualquer coisa de útil. Qualquer coisa para me distrair. "Mas o quê?" Não ia dançar porque estava cansada; não ia ler porque me doía o corpo todo. "Qualquer coisa que não exija muito esforço. Como...como...como escrever. Escrever, é isso!". A minha psicóloga (a que me acompanhou depois da morte da minha mãe, contou-me, uma vez, que a melhor forma de ultrapassarmos o que nos estava a "matar" emocionalmente, era escrever o que nos vinha na alma.
Arranquei uma folha do meu caderno diário de Inglês e peguei numa caneta. Não era preciso muito para saber o que queria escrever.
Após lágrimas, rabiscos e mais riscos o resultado final foi este.
Lembrei-me de outra coisa que gostaria de fazer. Liguei o meu portátil. Alguns minutos depois, o "minimeu" (como o chamo, carinhosamente) entrou no meu ambiente de trabalho. Como sempre, a página do MSN iniciou sessão automaticamente. Para minha salvação não estava ninguém onn-line. "Óptimo. Melhor assim." Porém algo me chamou a atenção. O meu sub. "Amo-te Patrick, melhor namorado do mundo (L)" dizia. Apaguei aquilo rapidamente, e nada escrevi.
Fechei a janela e terminei sessão. Abri a Internet e entrei no youtube. Segundos passados escrevi "impossible shontelle".
Quando a música começou, deitei-me na minha cama com o poema ao peito. Enquanto a música e a voz maravilhosa da Shontelle soavam em todo o quarto, as lágrimas vieram em maior quantidade, com mais força. Mais valia deitar tudo cá para fora, naquele momento. Deixar a dor já hoje de lado.
Pouco me importava se a minha almofada ficasse molhada, ou se estivesse num estado miserável. Quando a música tocou pela terceira vez já a sabia de cor e ia dizendo os versos enquanto estes se faziam sentir dentro do meu espírito. "A minha melhor amiga. Existirá alguma explicação para ela me fazer isto?! Existirá?! Porquê a mim? Porquê?! Ainda há escassas horas a minha vida estava óptima. Não magnífica, mas, de certa forma, boa. Tinha uma melhor amiga, dou-me bem com a minha turma, o meu pai ama-me e tinha uma namorado que era perfeito. Pois, que era."
Fechei a porta, mas antes de lavar a cara olhei para a rapariga que se encontrava no espelho.
Os olhos eram o que destacava mais no seu rosto. Eram a junção de verde-claro com um azul forte. Eram sem dúvida bonitos. Mas naquele momento transmitiam dor estavam vermelhos porque a rapariga estivera a chorar e a sofrer. A sofrer interiormente. Chorou tanto que o rímel que tinha colocado antes de sair de casa estava borratado, fazendo uma linha preta contínua até ao meio das bochechas. O cabelo preto, ondulado, chegava até depois dos ombros, estava despenteado, dando-lhe um ar selvagem, porém desgastado e triste. Como se todo o espírito dela estivesse desiludido. "E estava". pensei. "Notava-se."
Saí da casa de banho após lavar a cara.
Estava desolada, e não havia forma de o negar. "Ainda não acredito que isto me aconteceu. Ainda penso que isto é um pesadelo. Ainda acho que isto é uma ilusão. Uma ilusão..."
Não podia gritar com som, ou o meu pai ia perceber que qualquer coisa não estava bem.
--Já que não posso gritar para fora, grito para dentro. - Murmurei.
"ODEO-TE! ACHAS BEM O QUE ME FIZES-TE?! ACHAS?! TUDO ISTO QUE PASSÁ-MOS, NÃO SIGNIFICOU NADA PARA TI, POIS NÃO?! FOI TUDO UMA MIRAGEM. UMA ILUSÃO! I-L-U-S-Ã-O!"
E lá voltavam as malditas lágrimas "Elas nunca hão de parar pois não?".
Apetecia-me fazer qualquer coisa de útil. Qualquer coisa para me distrair. "Mas o quê?" Não ia dançar porque estava cansada; não ia ler porque me doía o corpo todo. "Qualquer coisa que não exija muito esforço. Como...como...como escrever. Escrever, é isso!". A minha psicóloga (a que me acompanhou depois da morte da minha mãe, contou-me, uma vez, que a melhor forma de ultrapassarmos o que nos estava a "matar" emocionalmente, era escrever o que nos vinha na alma.
Arranquei uma folha do meu caderno diário de Inglês e peguei numa caneta. Não era preciso muito para saber o que queria escrever.
Após lágrimas, rabiscos e mais riscos o resultado final foi este.
Ilusão
Tudo o que passámos
Tudo o que fizemos
Tudo o que fomos
Foi uma ilusão
Eu amei-te e tu traíste,
Eu quis-te e tu recusaste,
Eu abracei-te e tu fugiste,
Eu beijei-te e tu deixaste,
Eu acreditei e tu mentiste,
Eu telefonei-te e tu esqueceste,
Eu amei-te e tu traíste.
Porque tudo o que passámos,
Tudo o que fizemos,
Tudo o que fomos,
Não passou de uma simples e rápida ilusão.
Por: Chelsie White
Para: Patrick Blake
Lembrei-me de outra coisa que gostaria de fazer. Liguei o meu portátil. Alguns minutos depois, o "minimeu" (como o chamo, carinhosamente) entrou no meu ambiente de trabalho. Como sempre, a página do MSN iniciou sessão automaticamente. Para minha salvação não estava ninguém onn-line. "Óptimo. Melhor assim." Porém algo me chamou a atenção. O meu sub. "Amo-te Patrick, melhor namorado do mundo (L)" dizia. Apaguei aquilo rapidamente, e nada escrevi.
Fechei a janela e terminei sessão. Abri a Internet e entrei no youtube. Segundos passados escrevi "impossible shontelle".
Quando a música começou, deitei-me na minha cama com o poema ao peito. Enquanto a música e a voz maravilhosa da Shontelle soavam em todo o quarto, as lágrimas vieram em maior quantidade, com mais força. Mais valia deitar tudo cá para fora, naquele momento. Deixar a dor já hoje de lado.
Pouco me importava se a minha almofada ficasse molhada, ou se estivesse num estado miserável. Quando a música tocou pela terceira vez já a sabia de cor e ia dizendo os versos enquanto estes se faziam sentir dentro do meu espírito. "A minha melhor amiga. Existirá alguma explicação para ela me fazer isto?! Existirá?! Porquê a mim? Porquê?! Ainda há escassas horas a minha vida estava óptima. Não magnífica, mas, de certa forma, boa. Tinha uma melhor amiga, dou-me bem com a minha turma, o meu pai ama-me e tinha uma namorado que era perfeito. Pois, que era."
Tinha que parar de chorar. Tinha que seguir em frente. "Nada acontece por acaso. Tudo tem uma razão de ser..." Se eu não tivesse descoberto, ele ia-me enganar até acabar-mos e aí, iria ser mil vezes pior. E só a ideia de eu gostar de alguém me mentia, enjoava-me. Porém, não era por isso que deixava de doer. Mas foi assim que as lágrimas pararam.
Enquanto pensava, a música da Shontelle ainda tocava:
"And now, when all is done, there is nothing to say
You have gone and so effortlessly
You have won, you can go ahed tell them
Tell all i know now
Shout it from the roof tops
Write it on the sky line
All we had is gone now
Tell them i was happy
And my heart is broken
All my scars are open
Tell them what I hoped would be
Impossible, impossible
Impossible, impossible..."
"E agora está tudo feito, não há mais nada para dizer, e sem esforço ganhas-te, já podes ir dizer-lher...Diz-lhes que eu agora sei de tudo, grita-lo aos quatro ventos, escreve-lo na linha de céu,
tudo o que tínhamos foi agora embora. Diz-lhes que eu estava contente, que o meu coração está partido e que as minhas feridas estão abertas. Diz-lhes que o que eu esperava era impossível." Uma última lágrima caiu enquanto eu adormecia.
tudo o que tínhamos foi agora embora. Diz-lhes que eu estava contente, que o meu coração está partido e que as minhas feridas estão abertas. Diz-lhes que o que eu esperava era impossível." Uma última lágrima caiu enquanto eu adormecia.
Apresentação
Olá, querido leitor.
Escrevo este blog porque gosto de ficção e porque penso que os adolescentes às vezes precisam de tempo para se abstrairem deste mundo.
Não tenho mais para dizer, a partir de agora é a chelsi que vos vai contar tudo!
Beijunho e boa leitura (:
Escrevo este blog porque gosto de ficção e porque penso que os adolescentes às vezes precisam de tempo para se abstrairem deste mundo.
Não tenho mais para dizer, a partir de agora é a chelsi que vos vai contar tudo!
Beijunho e boa leitura (:
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